domingo, 25 de maio de 2008

Inqueritos na Rua

Para o nosso trabalho, achamos que seria interessante ter um apanhado de opiniões de pessoas, nao especilistas, sobre o alcool.
Assim, andamos pelas ruas do Porto a colocar questoes, foi uma experiência bastante engraçada, mas nao de todo facil. Encontramos muitas pessoas que nao nos deixaram filmar as suas respostas, mas também encontramos quem se mostrasse disponivel para responder a todas as questoes.
Deixamos aqui um pequeno video (com legendas) desta nossa divertida experiência!


quarta-feira, 30 de abril de 2008

Entrevista à PSP

Uma das actividades que o nosso grupo realizou foi uma entrevista ao Sub-Comissário M. Oliveira da Polícia de Segurança Pública. De seguida, encontram-se os aspectos mais interessantes dessa mesma entrevista.
Pergunta: Qual o objectivo da polícia de trânsito?
Resposta: O objectivo da PSP é de tentar evitar a todo o custo que as pessoas deixem de consumir bebidas alcoólicas quando vão a conduzir, de modo a não provocar acidentes.

P: Qual o número de efectivos desta instituição?
R: A PSP é uma instituição que possui 2000 efectivos no Porto e 200 constituem o departamento da polícia de trânsito.

P: São necessários algum perfil e formação para integrar na polícia de trânsito?
R: Sim.

P: Quais os efeitos do álcool na condução?
R: O consumo excessivo de bebidas alcoólicas perturba a concentração das pessoas prejudicando o seu desempenho na condução, aumentando assim a sinistralidade rodoviária.

P: A condução sob o efeito do álcool é uma causa de acidente comum nas estradas portuguesas?
R: A condução sob efeito do álcool não é uma causa de acidente comum nas estradas portuguesas; apesar de existir bastantes casos, não é o mais frequente.

P: Quais as consequências a que pode estar sujeito quem conduz alcoolizado?
R: Quando um acidente é causado por condução sob o efeito do álcool podem ser várias as consequências. Se os condutores forem apanhados com uma taxa alcoolémia entre os 0.5 e 0.8 g/l, o indivíduo pode estar sujeito a sanções de €250 ou à inibição de conduzir entre 1 mês a 1 ano. Se o condutor tiver uma taxa de alcoolemia entre os 0,8 e 1,2 g/l, este pode estar sujeito a uma multa de €500 e à apreensão de carta dos 2 meses aos 2 anos. Se for igual ou superior a 1,2 g/l é considerado crime, tendo como consequências a pena de prisão até 1 ano ou pena de multa (cada dia de multa corresponde a uma quantia entre 1 e 498,80 euros, que o tribunal fixa em função da situação económica e financeira do condenado e dos seus encargos pessoais) até 120 dias e a proibição de conduzir desde 3 meses até aos 3 anos.
As consequências são bastante gravosas, pois de hoje em dia, várias são as pessoas que necessitam de um carro para trabalhar, e consequentemente, receber o seu ordenado de modo a sobreviver.

P: Acha que as pessoas evitam conduzir sob o efeito do álcool quando conhecem as consequências (multas, apreensão de carta, prisão, etc.) que esse acto pode ter?
R: Sim. De hoje em dia, as pessoas evitam conduzir sob o efeito do álcool, pois as pessoas estão bem informadas, tendo conhecimento do valor elevado das sanções.


P: As pessoas apanhadas a conduzir sob o efeito do álcool sao mais frequentemente homens ou mulheres? Ou não há diferença?
R: As pessoas apanhadas a conduzir sob o efeito do álcool são mais frequentemente homens; contudo, já se encontram bastantes jovens mulheres a conduzir alcoolizadas.


P: Pode recordar-nos o limite da taxa de alcoolémia permitida ?
R: O limite de taxa alcoolémia permitida é 0,5 g/l; os condutores encontrados acima deste valor já são punidos por lei e com mais de 1,20 g/l são detidas.

P: Acha que essa taxa é demasiado elevada? Deveria ser mais baixa?
R: Concordo com a taxa de alcoolemia permitida. Portugal é um país que possui hábitos diferentes, a sua população consome bebidas alcoólicas diariamente pelo que a questão da taxa alcoolémia ser de 0,0 é uma perspectiva bastante exagerada (até nos hábitos alimentares, os portugueses utilizam álcool). Contudo, penso que o poder político deve-se pronunciar sobre esse assunto. A taxa é aceite pela sociedade em geral.

P: Em que locais e alturas é mais frequente apanhar condutores alcoolizados?
R: Nos locais onde são realizadas as operações-stop, junto de bares, pubs e discotecas, é mais frequente apanhar condutores alcoolizados, sendo efectuado por dia 4 a 5 operações-stop de grande nível.
O Verão é a altura mais propícia para este tipo de acontecimento. Contudo, não é só no Verão que se ingere bebidas alcoólicas, no Inverno também se consome.

P: Que medidas acha que o país devia adoptar para prevenir condução sob o efeito do alcool?
R: As medidas implantadas pelo país para prevenir a condução sob efeito do álcool já são suficientes; é necessário é que todas elas sejam cumpridas.
As pessoas poderão beber desde que o façam com regra.

P: Com o passar dos anos a condução sob o efeito do álcool nas estradas portuguesas tem vindo a aumentar, diminuir ou tem-se mantido?
R: Com o passar dos anos, a condução sob o efeito do álcool nas estradas portuguesas tem vindo a diminuir.

P: A polícia de trânsito tem qualquer intervenção nas escolas, de modo a prevenir este tipo de condução ?
R: Apesar da polícia integrar o projecto “escolas seguras” (as escolas carenciadas de meios humanos e materiais passaram a beneficiar da presença social em permanência junto à entrada, a fim de melhorar, substancialmente, as suas condições de segurança), esta não intervém afincadamente nas escolas.
Por vezes, fazemos colóquios e se existirem convites por parte das escolas, a PSP estás receptiva e interessada em fazê-lo.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Mitos e Verdades

  • Mito: O álcool é uma causa do alcoolismo.

Facto: Apesar de um alcoólico ser dependente do álcool, não é este que leva ao alcoolismo. Se isto fosse verdade, todas as pessoas que bebessem seriam alcoólicas, o que não acontece. O que se sabe é que o alcoolismo não pode ser explicado apenas por um único factor, mas pela interacção de elementos genéticos, psicológicos e ambientais.

  • Mito: O vinho é uma bebida leve pois contém menos álcool do que as outras bebidas.

Facto: A quantidade de álcool que uma pessoa ingere depende da quantidade de doses que a mesma toma. Um copo de vinho tinto (aproximadamente 120ml), uma lata de cerveja (aproximadamente 285ml) e uma dose de bebida destilada (aproximadamente 30ml) contém a mesma quantidade de álcool.

  • Mito: Misturar cerveja, vinho e destilados leva a embriaguez mais rapidamente do que só tomar um tipo de bebida alcoólica.

Facto: O nível de álcool no sangue é que determina o nível de sobriedade ou intoxicação alcoólica de um indivíduo. A quantidade de doses que uma determinada pessoa toma é que vai determinar a quantidade de álcool no seu sangue.

  • Mito: Os efeitos do álcool no corpo da mulher são iguais aos efeitos do álcool no corpo do homem.

Facto: De maneira geral a ingestão da mesma quantidade de álcool afecta a mulher mais rapidamente do que o homem. A mulher apresenta menos água no seu organismo do que o homem e o álcool quando misturado com a água do organismo torna-se mais concentrado na mulher.

  • Mito: Os efeitos do álcool no corpo de um idoso são iguais aos efeitos do álcool no corpo de um jovem.

Facto: Os efeitos do álcool no organismo variam com a idade. A perda de reflexos, os problemas com audição e visão e a menor tolerância aos efeitos do álcool levam os idosos a um maior risco de quedas, acidentes rodoviários e outros tipos de acidentes que podem resultar do consumo do álcool. Com a idade, há também uma tendência para o aumento do consumo de medicamentos; estes, em conjunto com o álcool pode trazer graves consequências para a saúde. O consumo excessivo de álcool pode agravar o estado de saúde dos idosos, provocando, por exemplo, hipertensão. Os efeitos do álcool no organismo de um idoso são mais acentuados comparativamente aos jovens do mesmo sexo e peso. Assim, os idosos devem ter cuidado com o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

V/R - Porto

Uma das últimas actividades que o nosso grupo realizou foi uma saída à discoteca Via Rápida do Porto com o intuito de observar os comportamentos relacionados com o consumo de álcool pelos jovens.
Com esta actividade, apercebemo-nos de determinados aspectos que numa situação normal nos passavam despercebidos.
Pudemos constatar que a discoteca é maioritariamente frequentada por jovens com idades compreendidas entre os 16 e os 23.
Existem diferentes comportamentos relativos ao consumo: os shots são, geralmente, bebidos em conjunto e directamente no balcão, enquanto que as outras bebidas são ingeridas na pista de dança.
Esta actividade realizou-se numa noite da mulher, pelo facto de ser criada para atrair as mulheres e promover o consumo de álcool, uma vez que as mulheres não pagam entrada e têm direito a 3 bebidas grátis.
Esta experiência foi bastante interessante, na medida em que observar uma discoteca de outro ponto de vista nos alertou para uma realidade diferente daquela que conhecíamos. Temos também que referir o carácter motivador de um trabalho de campo, no qual descobrimos sempre situações novas.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

3º maior consumidor de álcool

Quando saimos à noite, ou quando simplesmente nos encontramos com amigos e bebemos "um copito" nunca paramos para pensar no quanto se consome no nosso pais...mas e se parássemos? Se por instantes dedicássemos um minuto do nosso tempo para pensar nos problemas que o álcool provoca, será que beberíamos um "último" copo? Será que iríamos ao limite ou que pisaríamos o risco?
Infelizmente para muitos, isto nada significa! Neste quadro podemos observar os litros per capita consumidos pela população com idade superior a 15 anos, no qual Portugal ocupa o 3ºlugar.
É curioso como conseguimos ter o 3º maior consumo de álcool!!!!

O álcool nas estradas

Os acidentes de viação constituem, na União Europeia (UE), um grave problema de saúde pública, tendo sido responsáveis em 1998 por cerca de 43 000 mortos e 150 000 deficientes. Nos países industrializados são já a oitava causa de morte e, em Portugal, a sétima (1999). Portugal é o país da UE com a taxa mais elevada de mortalidade rodoviária.

Numa perspectiva mundial, o número de mortos por acidente de viação é mais elevado do que o tumor maligno mais frequente (cancro do pulmão).

O alcoolismo é um dos principais e dos mais graves problemas de saúde que a Europa enfrenta. Estima-se que um quarto das mortes dos europeus do sexo masculino do grupo etário dos 15-29 anos é atribuível aos efeitos adversos da ingestão excessiva de álcool.
Nalguns países da Europa de Leste, aquele número chega a atingir um terço.

Em Portugal, os acidentes de viação são a principal causa de morte em crianças, adolescentes e adultos jovens com idades compreendidas entre 1-25 anos. A mortalidade dos jovens do sexo masculino é três vezes mais elevada do que a do sexo feminino, em grande parte devido a acidentes.


De uma forma geral, na UE, a média de indivíduos que conduzem com Taxa de Álcool no Sangue (TAS) acima dos limites legais ronda os 3%, enquanto esta percentagem se eleva para 25% quando se considera os condutores envolvidos em acidentes de viação fatais.
Três por cento de condutores em Portugal, por dia, equivalem aproximadamente a 90 000 condutores com excesso de álcool no sangue.
Em Portugal, a dimensão do problema é ainda maior dado que, actuando de modo sinérgico, se juntam duas características muito próprias dos portugueses:

1. Deterem a taxa mais elevada de mortes por acidentes de viação da União Europeia e uma das mais elevadas dos países industrializados, com a média anual nos últimos 5 anos de aproximadamente 2000 mortos;
Portugal tem também uma das taxas mais elevadas do Mundo, considerando o número de mortos por milhões de quilómetros percorridos (dos países que apresentam estatísticas): está nos 15 primeiros atrás de países como o Egipto, Sri Lanka, Iémen, Albânia, Equador, México.

2. Deterem um dos mais elevados consumos mundiais de álcool, per capita.
O risco de morrer numa estrada em Portugal é 4 vezes superior à dos países com taxas de mortalidade mais baixas. Por exemplo, a região do Alentejo tem a taxa de mortalidade mais elevada de duas centenas de regiões dos quinze Estados-Membros da UE, com 406 mortos por milhão de habitantes (Eurostat, 1998).

De forma semelhante, o risco de um condutor do sexo masculino de 15-24 anos morrer na estrada na região do Algarve (1050/106) é 40 vezes superior ao mesmo risco global para a generalidade do cidadão alemão em Berlim/Hamburgo (25/106).

Portugal tem a taxa de mortalidade global mais elevada da UE nos jovens do sexo masculino dos 15-24 anos (159/105), em parte devido aos acidentes rodoviários, (Holanda 61/105, Suécia 56/105). Portugal e a Grécia foram os únicos países em que, neste grupo etário, se assistiu ao aumento do número de mortos ao longo dos últimos dez anos, ao invés da tendência decrescente dos restantes países.
Em Portugal, na última década, morreram na estrada aproximadamente 23 500 indivíduos (20 219 adicionados a 14% dos feridos graves que vêm a falecer, segundo o factor de correcção sugerido pelo Eurostat) e ficaram feridos cerca de 660 000.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Algumas Estatisticas

  • No ano de 2005, foram efectuados 500 000 testes por agentes da autoridade, dos quais 31 262 se encontravam em infracção.
  • 50% das infracções muito graves registadas são devido ao excesso de álcool.
  • O álcool é responsável por 25% dos acidentes com vítimas mortais.
  • 35% dos condutores masculinos admitiram ter guiado pelo menos uma vez embriagados.

  • O risco de falecer num acidente mortal é 16 vezes superior quando a concentração de álcool no sangue é de pelos menos 1,20 g/l.

  • Em 2000 cada português ingeriu em média 120 litros de bebidas alcoólicas.